quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

mil novecentos e sessenta e oito


mil novecentos e sessenta e oito
tinhamos dezoito
anos
incensos, panos indianos,
camisas abertas , flores no peito
e o jeito manso de quem sonha
com outros tempos.
éramos tantos, éramos tontos,
éramos cantos encantados nas esquinas
sonhando com canções alucinadas
éramos sonhos, éramos hippies
mas...
como passam as águas rápidas do rio,
como passa o calor e passa o frio,
como passa o inverno e também passa o estio,
como passa a força e o despertar do cio,
como passa o cem, como passa o mil,
passaram-se logo os dias
atropelando os sonhos,
insanos,
pacificando as sanhas,
tornando calmas as ondas,
onde andas? onde andas?
hoje sentamo-nos à beeira dos abismos,
andamos nos fios das navalhas,
buscando um ponto qualquer de equilibrio
neste mundo insosso..
que fazer? nada a fazer
a não ser
sair, prá ver o mar.

Um comentário:

maria neusa guadalupe disse...

DAL: dessa vez vc foi longe e me levou junto...gosto de pensar que tudo o que sou hoje (e tudo que ainda quero viver) foi um aprendizado muito importante....beijos esperançosos