quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Efêmero


Olho a flor no jardim

em sua beleza insolente:
pétalas frescas, cor radiante,
no esplendor da semente
e antevejo o efêmero do belo:
neste instante, gelo,
ao pressentir o transitório
da existência
o findar-se da essência
pois ali ao lado, no mesmo jardim,
outra flor fenesce, esvaída em cinzas
cores esmaecidas, estames apodrecidos,
a pender da haste, aguardando o fim
numa via-crucis
bela, mesmo que cruel:
uma, já pende à terra
a outra, ainda se estende ao céu
sem saber que tudo finda,
quando vai-se o véu.

Um comentário:

marianeusa disse...

Danilo: gosto de entrar no seu blog e ver que vc postou nova poesia,pra meu deleite.E as gravuras que estão sendo acrescentadas estão dando um toque de alegria...beijos tietes e incentivadores