sábado, 19 de setembro de 2009

ceciliandares



foto: mangpaages/flickr

(ah): do nada:

nada é o que nos espera.assim.
construímos arcabouços
calabouços calabocas
como suportes aos nossos desvarios
mais desatinados.
nada. é o que nos espera
embora
insistamos que tudo se disssolve no todo
no caldo amalgamado do universo
ou que nada se resolve em nada
e que o sopro que nos anima
se aninha
em toda e qualquer matéria
rediviva.

(ahh): do tudo

nada.é o tudo que nos espera
mesmo assim, vamos ser tudo
e o todo enquanto o sopro
se fizer presente. vamos
ser tudo e tudo, todos os diais
E todas as canções.
nada é o quer nos espera? não sei
e quero ser assim,controverso
com direito ao avesso do verso
ao fim e ao recomeço. não sei
o que é que nos espera.agora
já nem sei se o nada
é um grande brilho branco
um opaco buraco brusco
num céu improfundo.nem sei
de nadas ou de tudos...

aaah: dos enquantos

ainda assim, quero ser todo
o estupor e todo o espanto
do que se faz novo
enquanto canto
o doce ofício do ócio
o osso dócil do ofídio
tanto mais doce
Porque inexistente.

8 comentários:

Marcos Martino disse...

É tão difícil nos conformarmos com o nada, como com o tudo.

Sônia Brandão disse...

Enquanto não deciframos o nada e o tudo, continuamos.
Grande prazer me causou a sua visita. Eu não abandonei o Over, mas difícilmente apareço por lá.
bjs

Adriana Godoy disse...

Ei, Danilo, pensando bem o tudo e o nada são as duas faces da mesma moeda. É uma questão de ponto de vista. Vou ler mais uma vez ou duas ou três. Gostei. beijo.

nina rizzi disse...

ah, eu preciso desses tudos e nadas pra ter nadas e tudos e, quem sabe, me encher e esvaziar...

gosto dessas trocas, danilo.
demais :)

Adriana Riess Karnal disse...

Danilo,
me deixou pensando-no ada que somos e no tudo que queremos, e ao mesmo tempo, isso de nada vale diante de nossa pequeneza. Lindo demais o poema.

Adrian Dorado disse...

En el caldo amalgamado del universo se recorta, definido, el gran misterio. Igual sé de cosas ciertas:
A los poetas los milagros nos están prohibidos más, compensatoriamente, es obligatorio saber usar la magia.
Y, si es la del amor pues...mucho mejor!
Bello poema amigo Danilo.

Abraço

Adrian Dorado disse...

En el caldo amalgamado del universo se recorta, definido, el gran misterio. Igual sé de cosas ciertas:
A los poetas los milagros nos están prohibidos más, compensatoriamente, es obligatorio saber usar la magia.
Y, si es la del amor pues...mucho mejor!
Bello poema amigo Danilo.

Abraço

Raiblue disse...

Meu querido,Dan!!
Saudades dessas suas peripécias com a palavra!!

Entre o tudo e o nada...ronda um 'enquanto'...e nós vivemos assim...oscilando...
tudo pode ser nada...e nada pode ser tudo...é uma questão de ponto de vista.

Belíssimo poema,linda construção!

Beijos azuis,meu lindo e parabéns,sempre, por seu poetar!
Blue