domingo, 8 de julho de 2012

sempre

...um poema de 1978( uma amarelada fotografia)
que publiquei no livro "Homúltiplos"

imagem: acervo pessoal
sólida lida
sol, ida,
sólida ida
só lida
só li da ida
ida e não vinda
sem vendas, os olhos,
sem verdes, as ilhas.


na sólida noite,
vela,
lava a tua vida
ave
leve a tua nua
vida,ao duplo escuro.
teu corpo é silício,
é silêncio,não choro
abafa, o lenço eu lanço.
teus olhos de lince me espreitam.


teu corpo é cal, é sal,
é mar,
é feito de sombra
e sol.


vela.
escuta.
fala.
revela.
prescruta.
indaga.


tua mala está aí.
toma-a. e segue
rumo ao sonho;
segue rumo incerto
e vá, e venha,
e sinta a seta a perfurar
teu corpo
e sinta santa a suja
consciencia
e seja
sempre e sempre.

Um comentário:

Adriana Godoy disse...

É de 78, mas vale a pena sempre.
Admiro muito seus poemas.
Valeu demais. Beijo